Jogos polêmicos: os principais em Copas do Mundo

Os jogos mais polêmicos da história das Copas do Mundo

A Copa do Mundo é um dos eventos esportivos mais emocionantes e assistidos do planeta. Desde sua criação em 1930, o torneio tem proporcionado momentos memoráveis, mas também foi palco de inúmeras controvérsias que marcaram a história do futebol. Essas polêmicas incluem decisões controversas de arbitragem, lances inusitados e comportamentos antidesportivos que ficaram para sempre na memória dos fãs. Conheça alguns dos jogos mais polêmicos das Copas do Mundo.

1. Inglaterra 1×0 Argentina (1966) – A “Guerra das Malvinas” do futebol

Esse confronto nas quartas de final da Copa de 1966 ficou marcado pela enorme rivalidade entre Inglaterra e Argentina. O clima já era tenso antes da partida, mas o jogo se tornou um dos mais controversos da história devido à expulsão do capitão argentino Antonio Rattín. Aos 35 minutos do primeiro tempo, o árbitro alemão Rudolf Kreitlein expulsou Rattín por “desrespeito à autoridade”, embora nenhum gesto claro tenha sido identificado. Rattín resistiu em sair de campo, alegando não ter entendido a razão da expulsão, já que o árbitro não falava espanhol. Isso inflamou ainda mais os ânimos entre os dois países, agravados anos depois pela Guerra das Malvinas. A Inglaterra venceu o jogo e, posteriormente, conquistou sua única Copa do Mundo.

2. Inglaterra 4×2 Alemanha Ocidental (1966) – O “Gol Fantasma”

Ainda na Copa de 1966, a final entre Inglaterra e Alemanha Ocidental ficou marcada por um dos lances mais discutidos da história do futebol. Com o jogo empatado em 2 a 2 na prorrogação, Geoff Hurst chutou a bola que bateu no travessão, quicou perto da linha do gol e foi afastada pela defesa alemã. O árbitro suíço Gottfried Dienst consultou o bandeirinha soviético Tofiq Bahramov, que afirmou que a bola havia ultrapassado a linha. O gol valeu, mas até hoje não há consenso sobre se a bola entrou completamente. Esse lance contribuiu para a vitória inglesa e permanece como um dos jogos mais polêmicos das Copas.

3. Argentina 6×0 Peru (1978) – Suspeitas de manipulação

A Copa do Mundo de 1978, realizada na Argentina durante o regime militar, também foi marcada por polêmicas. No último jogo da fase de grupos, a Argentina precisava vencer o Peru por uma diferença de quatro gols para superar o Brasil e avançar à final. O time argentino goleou os peruanos por 6 a 0, em um jogo envolto em suspeitas de manipulação. Rumores de que a ditadura argentina teria influenciado o resultado do jogo, seja por suborno ou ameaças, permanecem até hoje. Embora jamais confirmadas, essas suspeitas mancharam a vitória da Argentina, que conquistou seu primeiro título mundial ao derrotar a Holanda na final.

4. Alemanha Ocidental 1×0 Áustria (1982) – “A Vergonha de Gijón”

Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, um dos jogos mais criticados foi o confronto entre Alemanha Ocidental e Áustria na fase de grupos. Antes do jogo, ambas as equipes sabiam que uma vitória alemã por 1 a 0 classificaria as duas seleções às custas da Argélia, que havia surpreendido ao vencer a Alemanha no jogo inaugural. Após o gol de Horst Hrubesch aos 10 minutos de jogo, ambas as equipes praticamente pararam de jogar, conduzindo o restante da partida em ritmo lento e sem chances reais de gol. O comportamento das seleções gerou revolta entre os torcedores e foi amplamente criticado pela mídia, levando a FIFA a alterar o formato da fase de grupos a partir das edições seguintes, com os jogos decisivos sendo realizados simultaneamente.

5. Argentina 2×1 Inglaterra (1986) – A “Mão de Deus”

Um dos jogos mais emblemáticos e polêmicos da história das Copas aconteceu nas quartas de final de 1986, no México. Diego Maradona protagonizou dois dos momentos mais icônicos do futebol: o “Gol do Século” e a famosa “Mão de Deus”. No primeiro gol, Maradona usou deliberadamente a mão para desviar a bola e marcar, enganando o árbitro tunisiano Ali Bin Nasser. Minutos depois, Maradona marcou um dos gols mais belos da história ao driblar metade do time inglês em uma jogada mágica. Apesar das reclamações dos ingleses, o gol irregular não foi anulado, e a Argentina seguiu no torneio, vencendo o título naquela edição.

6. Itália 1×2 Coreia do Sul (2002) – Arbitragem contestada

A Copa do Mundo de 2002, realizada na Coreia do Sul e no Japão, teve uma série de arbitragens polêmicas. O jogo entre Itália e Coreia do Sul nas oitavas de final levantou suspeitas de favorecimento à equipe anfitriã. O árbitro equatoriano Byron Moreno anulou um gol legítimo de Damiano Tommasi, ignorou faltas claras contra os italianos e expulsou Francesco Totti de forma questionável por suposta simulação. A Coreia do Sul venceu a partida na prorrogação, mas as decisões de arbitragem geraram duras críticas, não apenas da Itália, mas de torcedores ao redor do mundo.

7. França 1×0 Irlanda (2009, eliminatórias para 2010) – A “Mão de Henry”

Embora não tenha ocorrido durante a fase final de uma Copa, o jogo entre França e Irlanda no playoff das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010 gerou uma das maiores controvérsias da história do torneio. Durante a prorrogação, Thierry Henry usou a mão para controlar a bola antes de cruzá-la para William Gallas marcar o gol que garantiu a classificação francesa. A Irlanda protestou veementemente, mas o árbitro sueco Martin Hansson validou o gol. O incidente reacendeu o debate sobre o uso de tecnologia no futebol e gerou críticas à FIFA por não permitir um replay ou um recurso de apelação.

8. Brasil 1×7 Alemanha (2014) – O “Mineiraço”

Embora não envolva polêmicas de arbitragem, a goleada histórica da Alemanha sobre o Brasil na semifinal da Copa de 2014 foi um dos jogos mais chocantes e debatidos da história do torneio. O que gerou controvérsia foi a preparação da seleção brasileira, incluindo a dependência de Neymar e a ausência de um plano tático consistente. O resultado expôs falhas estruturais no futebol brasileiro, gerando um debate profundo sobre o estado do esporte no país.