Jackie Stewart: um piloto icônico da F1

Jackie Stewart: A lenda do automobilismo

Sir John Young Stewart, mais conhecido como Jackie Stewart, nasceu em 11 de junho de 1939, em Dumbartonshire, Escócia. Ele é sem dúvida um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1, não apenas por seus feitos nas pistas, mas também por sua contribuição ao esporte fora delas. Sua carreira possui impressionantes conquistas, um estilo de pilotagem elegante e uma dedicação incansável à segurança no automobilismo.

Início de carreira

Jackie Stewart cresceu em um ambiente familiar próximo ao automobilismo. Seu irmão mais velho, Jimmy Stewart, também era piloto, competindo em corridas locais e até participando brevemente da Fórmula 1. Isso despertou em Jackie o interesse pelo esporte, mas foi somente depois de explorar o tiro ao alvo competitivo — no qual quase chegou a representar o Reino Unido em competições internacionais — que ele decidiu se dedicar ao automobilismo.

A entrada de Stewart no mundo das corridas foi relativamente tardia, mas seu talento natural rapidamente o destacou. Em 1964, aos 25 anos, ele foi para a equipe de Fórmula 3 Tyrrell, liderada por Ken Tyrrell. Na categoria, Jackie demonstrou imediatamente sua habilidade ao vencer uma corrida em Mônaco, superando pilotos mais experientes e chamando a atenção de grandes equipes. Seu desempenho impressionante lhe garantiu um lugar na Fórmula 1 em 1965.

Fórmula 1: ascensão ao topo

Jackie Stewart estreou na Fórmula 1 pela equipe BRM (British Racing Motors) em 1965. Em sua temporada de estreia, conquistou sua primeira vitória no Grande Prêmio da Itália, em Monza, e terminou o campeonato em terceiro lugar geral — um feito impressionante para um estreante. Desde o início, ficou evidente que ele não era apenas veloz, mas também estrategicamente inteligente e tecnicamente refinado.

No entanto, foi com a equipe Tyrrell, onde ingressou em 1968, que Jackie alcançou o auge de sua carreira. Pilotando carros projetados pela Matra e, posteriormente, pela Tyrrell, ele conquistou três campeonatos mundiais de Fórmula 1 em 1969, 1971 e 1973. Sua pilotagem era marcada por precisão, controle e uma habilidade excepcional de se adaptar a diferentes condições de pista. Entre suas vitórias mais memoráveis, destacam-se a do Grande Prêmio da Alemanha de 1968, no temido circuito de Nürburgring Nordschleife, sob forte chuva, e a do Grande Prêmio da França de 1971, onde venceu com mais de 30 segundos de vantagem.

Estatísticas impressionantes

Ao longo de sua carreira na Fórmula 1, Jackie Stewart participou de 99 Grandes Prêmios, conquistando 27 vitórias, 43 pódios e 17 pole positions. Com uma taxa de vitórias superior a 27%, ele é um dos pilotos mais eficientes de todos os tempos. Na época de sua aposentadoria, Stewart detinha o recorde de maior número de vitórias na Fórmula 1, consolidando seu lugar entre as lendas do esporte.

Segurança no automobilismo

Uma das maiores contribuições de Jackie Stewart ao automobilismo foi sua luta pela melhoria das condições de segurança. Durante a década de 1960 e início de 1970, a Fórmula 1 era incrivelmente perigosa, com fatalidades frequentes. Jackie foi profundamente impactado pela morte de colegas e amigos próximos, como Jim Clark, Jochen Rindt e François Cevert, que faleceu tragicamente durante os treinos do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1973, evento que marcou a aposentadoria de Stewart.

Jackie liderou um movimento para aumentar a segurança na Fórmula 1, pressionando organizadores, equipes e até mesmo a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a implementar mudanças significativas. Ele foi pioneiro no uso de cintos de segurança, capacetes de proteção mais avançados e macacões resistentes a fogo. Além disso, defendeu circuitos com melhores áreas de escape e barreiras de proteção. Apesar de enfrentar críticas por parte de alguns que consideravam essas medidas um “descaracterizar” do esporte, Stewart persistiu, salvando inúmeras vidas ao longo dos anos.

Pós-carreira

Após se aposentar em 1973, Jackie Stewart manteve um papel ativo no automobilismo. Ele se tornou comentarista de televisão, oferecendo análises técnicas e estratégicas que conquistaram o público. Posteriormente, fundou sua própria equipe de Fórmula 1, a Stewart Grand Prix, que competiu de 1997 a 1999. A equipe obteve uma vitória marcante no Grande Prêmio da Europa de 1999, com Johnny Herbert, antes de ser vendida para a Ford e transformada na Jaguar Racing (posteriormente adquirida pela Red Bull).

Além disso, Stewart dedicou-se a causas filantrópicas e continuou promovendo a segurança no automobilismo. Ele também se tornou uma figura ativa na luta contra a demência, depois que sua esposa, Helen, foi diagnosticada com a doença. Sua dedicação à causa resultou na criação da “Race Against Dementia”, uma organização sem fins lucrativos que financia pesquisas sobre tratamentos e cura para a condição.

Legado

Sir Jackie Stewart recebeu diversas honrarias ao longo de sua vida, incluindo o título de Cavaleiro da Ordem Britânica em 2001. Sua abordagem profissional ao esporte ajudou a moldar a Fórmula 1 moderna, tornando-a mais segura e acessível.

Jackie Stewart não é apenas uma lenda do automobilismo; ele é um ícone que transcendeu o esporte, deixando um legado de excelência e humanidade. Sua carreira e suas ações continuam a inspirar gerações de pilotos e fãs ao redor do mundo.