Gol olímpico, uma das jogadas mais espetaculares do futebol

Conheça mais sobre o gol olímpico no futebol

O gol olímpico é um dos feitos mais raros no futebol. Ele é um gol feito diretamente de uma cobrança de escanteio, sem que haja qualquer toque por parte de outro jogador antes que a bola cruze a linha do gol.

Origem do Nome “Gol Olímpico”

O termo “gol olímpico” tem uma origem bastante curiosa e está intimamente relacionado a um dos eventos mais prestigiados do futebol sul-americano. O nome surgiu em 1924, após um jogo entre Argentina e Uruguai, que, na época, eram grandes rivais no futebol sul-americano. O argentino Cesáreo Onzari marcou um gol diretamente de um escanteio contra a seleção uruguaia, que conquistara a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris naquele mesmo ano. O gol logo passou a ser chamado de “gol olímpico” em homenagem à seleção uruguaia, os campeões olímpicos.

O gol de Onzari foi permitido porque, antes, as regras do futebol foram alteradas pela International Football Association Board (IFAB), permitindo que os gols fossem válidos diretamente de um escanteio, sem a necessidade de a bola tocar em outro jogador.

Antes dessa mudança, era obrigatório que algum jogador tocasse a bola após a cobrança para que o gol fosse válido. Essa regra foi modificada em 1924, e o gol de Onzari foi um dos primeiros a ser registrado após essa alteração.

A Dificuldade de Marcar

Marcar um gol olímpico é extremamente difícil e requer uma combinação precisa de técnica, habilidade e sorte. Existem alguns fatores que aumentam a dificuldade:

1. **Posicionamento do goleiro**: O goleiro geralmente está posicionado para defender cruzamentos durante as cobranças de escanteio, não chutes diretos. Isso significa que, para marcar um gol olímpico, o jogador precisa aproveitar qualquer pequeno erro de posicionamento do goleiro ou contar com sua distração.

2. **Condições meteorológicas**: O vento pode ser tanto um aliado quanto um adversário na tentativa de fazer um gol olímpico. Em dias com vento forte, uma cobrança de escanteio pode ser mais imprevisível e, dependendo de como o vento está soprando, pode ajudar a bola a seguir uma trajetória inesperada e enganosa.

3. **Efeito na bola**: Para marcar um gol olímpico, o cobrador precisa aplicar um efeito na bola para que ela saia da linha de fundo e, em seguida, se desvie em direção à meta. Esse efeito é conhecido como “chute de trivela” ou “chute com curva” e requer grande habilidade técnica para ser bem executado.

4. **Altura da bola**: A trajetória da bola precisa ser alta o suficiente para passar por cima dos defensores que estão posicionados dentro da área, mas também precisa descer rapidamente antes de sair pela linha de fundo ou que o goleiro defenda.

Exemplos Famosos de Gols Olímpicos

Embora o gol olímpico seja raro, ele já ocorreu em várias ocasiões ao longo da história do futebol, muitas vezes em jogos decisivos e de grande visibilidade. Alguns exemplos icônicos incluem:

– **Maradona**: Diego Maradona, um dos maiores jogadores de todos os tempos, também marcou um gol olímpico. Em 1985, durante um amistoso contra o Vélez Sarsfield, Maradona fez história ao marcar diretamente de um escanteio.

– **Thierry Henry**: Em 2007, pelo Barcelona, Henry marcou um gol olímpico contra o Deportivo La Coruña, mostrando que mesmo em ligas de alto nível, esse tipo de gol pode acontecer.

– **Ronaldinho Gaúcho**: Ronaldinho, conhecido por sua habilidade técnica excepcional, também marcou um gol olímpico em 2013, enquanto jogava pelo Atlético Mineiro em uma partida contra o Figueirense.

– **Megan Rapinoe**: No futebol feminino, a americana Megan Rapinoe marcou um gol olímpico durante os Jogos Olímpicos de 2012, em uma partida contra o Canadá. Este gol destacou-se pela sua importância em uma competição de alto nível e ajudou a dar maior visibilidade ao futebol feminino.

Regras e Regulamentações

Para que se valide um gol olímpico, ele precisa ser marcado diretamente de um escanteio, sem toques em outros jogadores, exceto o goleiro. Se a bola tocar no goleiro e entrar no gol, ainda assim o gol é considerado válido. No entanto, se a bola sair da área sem tocar em nenhum jogador e voltar para o campo, o jogo segue, e o lance vira uma cobrança de escanteio comum.

As regras atuais também permitem que o cobrador escolha entre cobrar o escanteio com a bola parada ou em movimento, embora na maioria dos casos a bola esteja estacionária antes da cobrança. Outra situação que pode ocorrer é o goleiro, na tentativa de interceptar a cobrança de escanteio, acabar empurrando a bola para dentro do gol. Nesse caso, o gol também é contabilizado como olímpico, pois o toque do goleiro não invalida o fato de a bola ser diretamente direcionada ao gol.

O Gol Olímpico e a Evolução Tática

No futebol moderno, o escanteio se tornou uma arma tática fundamental. Técnicos e jogadores estudam minuciosamente as diferentes formas de se aproveitar uma cobrança de escanteio para criar oportunidades de gol. Enquanto a maioria das equipes opta por jogadas ensaiadas ou cruzamentos estratégicos para cabeceadores, o gol olímpico permanece como uma surpresa inesperada.

No futebol, muitos jogadores tentam marcar esse tipo de gol, principalmente em situações onde o goleiro adversário pode estar distraído ou posicionado de maneira errada. Além disso, as variações táticas e a ênfase em técnicas de finalização refinadas aumentaram as chances de um gol olímpico ocorrer.

Conclusão

O gol olímpico é uma das jogadas mais espetaculares e raras do futebol. Surgido em um contexto histórico específico, ele representa não apenas a habilidade técnica dos jogadores, mas também a beleza e a imprevisibilidade do futebol. Mesmo após quase um século de sua criação, continua a encantar torcedores e a figurar como um dos momentos mais memoráveis do esporte. Marcar um gol olímpico exige não apenas precisão e talento, mas também uma dose de sorte, o que o torna ainda mais especial quando acontece.