Baralho: uma história fascinante

Publicado por Jogo da Vitória em 30/04/2025
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A história do baralho de cartas

O baralho de cartas, tal como o conhecemos hoje, é com toda a certeza uma das formas mais populares de entretenimento no mundo, presente em jogos, mágicas, leituras de tarô e até em obras de arte. Contudo, sua origem remonta a muitos séculos atrás, em diferentes culturas e continentes. A trajetória histórica do baralho é repleta de transformações culturais, adaptações regionais e simbolismos que refletem as sociedades por onde passou.

Origens na China e a difusão asiática

Acredita-se que o baralho tenha surgido na China, por volta do século 9, durante a dinastia Tang. Os chineses antigos já utilizavam pedaços de papel decorado como instrumentos de jogo, considerados os primeiros protótipos das cartas. Alguns historiadores sugerem que esses “jogos de folhas de papel” podem ter sido usados também como forma de moeda simbólica em apostas.

Durante os séculos seguintes, o conceito de cartas se espalhou pelo continente asiático. No século 12, na dinastia Song, já havia registros de jogos com cartas estruturadas em diferentes “naipes”, embora bastante distintos dos que conhecemos hoje. Posteriormente, as cartas chegaram à Índia e Pérsia, onde ganharam novos formatos e significados, particularmente influenciados por jogos como o Ganjifa, que usava cartas circulares com ricas ilustrações.

A chegada ao mundo islâmico e a influência árabe

Foi por meio do mundo islâmico, no entanto, que as cartas começaram a se aproximar do formato ocidental. No mundo árabe, o baralho recebeu uma forma mais padronizada, com cartas retangulares e agrupadas em quatro “naipes”, um modelo que seria precursor direto dos baralhos europeus. Os naipes árabes – espadas, paus, taças e moedas – influenciaram fortemente o que seria depois adotado no sul da Europa.

Os mouros provavelmente levaram essas cartas para a Península Ibérica por volta do século 14, durante sua longa permanência na região. A partir desse ponto, as cartas começaram a se disseminar rapidamente por toda a Europa.

A europa medieval e a evolução dos naipes

Na Europa, os baralhos começaram a ganhar características próprias. Os naipes italianos e espanhóis mantiveram muita semelhança com os modelos árabes (espadas, taças, bastões e moedas). Já na Alemanha e na França, houve maior liberdade artística e surgiram naipes como corações, sinos e folhas.

Foi na França, entre os séculos 15 e 16, que os quatro naipes modernos começaram a se consolidar: copas (hearts), ouros (diamonds), paus (clubs) e espadas (spades). Os franceses também foram responsáveis por padronizar as figuras da corte – o valete, a dama e o rei – e introduzir o sistema de cores vermelho e preto. Outro avanço francês importante foi o uso de moldes para impressão em massa, o que tornou os baralhos mais acessíveis e populares entre todas as camadas sociais.

Na Inglaterra, o baralho francês foi adotado com poucas modificações, e dali se espalhou para o mundo anglófono e colonizado, tornando-se o padrão mais comum internacionalmente.

As cartas da corte e suas representações

Um aspecto curioso da história do baralho é a personalização das cartas da corte com figuras históricas ou lendárias. Em algumas versões antigas, por exemplo, o rei de espadas representava o rei Davi; o de copas, Carlos Magno; o de paus, Alexandre, o Grande; e o de ouros, Júlio César. Essas associações foram mais comuns em baralhos franceses e refletem uma tentativa de atribuir nobreza e prestígio às cartas.

O coringa e as inovações modernas

O coringa (joker), carta ausente nos baralhos tradicionais europeus, é uma invenção americana do século 19. Ele surgiu nos Estados Unidos como parte do jogo de Euchre e acabou sendo adotado em outros jogos. Com o tempo, o coringa ganhou uma identidade visual distinta, geralmente representado como um bobo da corte ou palhaço.

Hoje, o baralho de 52 cartas (mais dois coringas) é o formato mais utilizado no mundo ocidental. Ele é empregado em uma vasta gama de jogos – do pôquer ao paciência –, em mágicas profissionais, em leituras divinatórias e até como objeto de design e coleção.

O baralho como espelho cultural

Além de sua função lúdica, o baralho é um objeto de valor simbólico e cultural. Seus quatro naipes são frequentemente associados às quatro estações do ano, aos quatro elementos (terra, água, ar e fogo) e até às quatro classes sociais medievais. Os 52 baralhos podem representar as 52 semanas do ano, e a soma total dos valores de todas as cartas (excetuando os coringas) chega a 364 ou 365 se incluirmos o coringa como uma carta do “tempo”, o que sugere uma conexão com o calendário.

Ao longo dos séculos, o baralho também foi alvo de críticas morais e religiosas, sendo visto em certos períodos como instrumento de vício e preguiça. Apesar disso, ele sobreviveu às perseguições e se reinventou inúmeras vezes, tornando-se parte integral da cultura popular.

Criatividade

Em resumo, a história do baralho de cartas é um verdadeiro retrato da complexidade e diversidade da experiência humana. Sua evolução mostra como um simples conjunto de cartas pode atravessar fronteiras, refletir tradições e se adaptar ao espírito de cada época.

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